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Eu sou Netto Rodriguez, sou músico, acadêmico de Jornalismo, Cristão Católico. E sou feliz!!!

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Cultura sem referência

Com mudanças na pasta de cultura a população volta a ter esperança.








È comum encontrarmos em toda cidade, especialmente nas do interior uma identidade marcante, algo que seja característico daquele lugar, e isso se chama cultura. Bem, em Capitão Enéas no norte de Minas também deveria ser assim, no entanto há muito tempo essa realidade foi de certa forma esquecida pelas autoridades responsáveis, e o reflexo é uma população descrente e desconhecedora dos seus próprios traços culturais.
            Na cidade que ainda é somente conhecida por “cidade das avenidas” pelo traçado inspirado na capital do país às antigas tradições e o folclore de forma muito rápida estão sendo enterrados. Fragmentos dessas tradições ainda existem muito isolados, mas, não existe nenhum grupo ou associação registrado na secretaria de cultura, ou melhor, nem se quer são organizados. Por outro lado, toda a busca de reconhecimento e revitalização por parte dos artistas encontra forte barreira no que deveria ser referencial e apoio, mas a Secretaria Municipal de Cultura há muitos anos não funciona efetivamente.
            Após três longos anos, a pasta da Cultura foi assumida por Eduardo Marcelo, ele tomou posse no dia 01 de junho. Marcelo como é conhecido na cidade é músico e graduado em ciências contábeis pela Unimontes. Ele já assume com a difícil tarefa de trabalhar em prol da sobrevivência e fortalecimento da cultura eneapolitana. Em entrevista ele se mostrou muito preocupado com a situação disse “as ações do município em favor da cultura ainda são fracas e pobres”, sua fala apenas veio confirmar o que artistas e pessoas ligadas a essa área já alertavam há um bom tempo.

“A cultura tem que ser resgatada e, sobretudo tem que ser valorizada em nossa cidade” (Eduardo Marcelo Séc. Municipal de Cultura).

            O maior e triste retrato dessa precária situação da Secretaria Municipal de Cultura é o fato de não existir um local apropriado para a prática artística, não existem prédios de centro cultural, teatro ou conservatório de música. Nem mesmo a própria secretaria tem um local para atendimentos, o novo secretário disse que de prontidão vai buscar meios para ter um local apropriado para o trabalho. E sobre um local adequado como um centro cultural, Marcelo disse que ainda não teve uma conversa com o prefeito Reinaldo a respeito do assunto, mas ressaltou “é viável e muito necessário para a cidade”.
            È inaceitável conviver com essa situação, pois mensalmente a Secretaria Estadual de Cultura de Minas Gerais destina verba aos municípios, além dessas verbas que estão sumindo junto à cultura da cidade, o governo mineiro deixa disponíveis projetos e leis de incentivo e amparo a cultura, o detalhe é que todos os projetos oferecidos são facilmente encontrados para cadastro no site da Secretaria Estadual de Cultura, porém o órgão municipal não deve saber disso, talvez por isso nunca usou tais recursos.

   Esperança
Protagonistas dessa história, os artistas da cidade encontram-se desamparados, é o que diz insatisfeito o artista plástico Roberto Nunes, “é complicado pra quem trabalha com arte, porque falta além do conhecimento da população quanto a valorização artística um espaço adequado para as exposições, é um dos empecilhos para que se divulgue as manifestações artísticas da cidade.” Roberto é acadêmico do 7º período do curso de artes visuais Unimontes, prestes a conclusão do curso ele ainda não consegue viver de arte, é funcionário público, mas, nem por isso deixa de manifestar sua indignação a esse descaso da atual administração. Sobre o perfil da Séc. de Cultura ele frisou um fator que vem predominando na cidade, “as pessoas aqui simplesmente consideram somente festas de bairro como cultura, o setor de cultura só faz festa”. As festas citadas pelo artista são apoiadas e muitas vezes promovidas pela secretaria, talvez seja para esses eventos que estão sendo destinados todos os recursos que deveriam ser usados de forma mais ampla.
            A arte que tem o papel de causar impacto e incomodar, aqui está adormecida. A esperança é que com as mudanças as promessas de palanque sejam cumpridas. As saudosas manifestações “pastorinhas, foliões e artesanatos”, citadas por Roberto na entrevista, são manifestações que representam a sociedade Eneapolitana, espera-se que esses bons tempos de cultura viva voltem  e se fortaleçam.

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